quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Trabalho de WebQuest "A China"

Trabalho elaborado por:
>>Aline Fernanda de Souza
>>Cezar Augusto Buffon jr.,
>>Charles Rodrigues do Santos,
>>Joilson Rrigues da Silva e
>>Wilson Chito
2º"A"
Escola estadual 12 de abril

localização da China

Originalmente na Dinastia Zhou, a China compreendia a região em torno do Rio Amarelo. Desde então que se expandiu para ocidente e para sul (até à Indochina), tendo atingido proporções máximas durante as dinastias Tang, Yuan e Qing. Do ponto de vista Chinês, o Império Chinês teria, mesmo, incluído partes do Extremo Oriente Russo e da Ásia Central, durante as fases em que a Dinastia Yuan se mostrou no auge do seu poderio, ainda que a China fosse, nesse caso, meramente um dos vários territórios do Império Mongol.
Durante o Império Qing, o valor da Grande Muralha da China na defesa da integridade territorial do império diminuiu devido à sua expansão. Em 1683, Taiwan torna-se parte do Império Qing, originalmente como uma prefeitura da província de Fukien. As principais divisões administrativas da China foram sendo modificadas ao longo do tempo. No topo da hierarquia administrativa, encontramos os circuitos e as províncias (sheng). Abaixo destas divisões foram aparecendo prefeituras, subprefeituras, departamentos, comarcas (xiang), distritos (xian) e áreas metropolitanas. Existe alguma indefinição na tradução para português das divisões administrativas.

Caracteristicas naturais da China

Relevo
Hidrografia
Clima
Vegetação

Relevo

China é também um país de grandes montanhas, zonas montanhosas, planícies e colinas ocupam o 65% da superfície continental. Segundo a alinhação podemos distinguir cinco sistemas de montanhas. A cordilheira de Kunlun, ao norte do Himalaya, separa a alta planície de Qinghai-Tibete do deserto de Taklamakan, três dos seus cumes superam os 7.000 metros: Muztag, Muztagata e Kongur; a cordilheira Tianshan, mais ao norte com as seus cumes nevados; a cordilheira Xingan, no noroeste da China; e por último a cordilheira Hengduam e Qilian. As montanhas atingem especial altitude no setor ocidental para descender progressivamente para a costa. Há montanhas de singular beleza como é a Montanha Huangshan, a única zona de paisagem exclusivamente montanhosa que encontra-se no sul da província de Anhui. Trata-se de uma montanha conhecida pelos seus singulares pinhos e pedras estranhas. Tem mais de setenta afiados picos que estão permanentemente cobertos por nuvens e nevoeiro. Os aspectos sobressalientes são os pinhos, as rochas, as nuvens e as fontes termais.

Clima

A China possui três tipos de clima:o clima semi-árido,o equatorial e o subtropical

Vegetação

A China oferece uma grande variedade de solos que correspondem-se aproximadamente com as regiões geográficas. Ao norte da China encontramos na Bacia do Tarim o cinzento desértico, os pardos e férteis loes da planície, o castanho terreno florestal da Manchuria e as produtivas terras aluviais da Grande Planície do norte. Na China Central a Bacia Vermelha caracteriza-se por um fértil solo florestal cinzento-castanho, e a planície e delta do Yangtsé pelos seus terrenos aluviais. Na China meridional o solo é vermelho com abundantes materiais lateríticos. No Tibete destacam os terrenos pedregosos, semelhantes aos montanhosos da tundra.
Dado o fato da China ser um enorme país, que abarca os mais variados climas, não é surpreendente que exista uma grande variedade de espécies vegetais e animais. Parece que a vegetação natural da China estava formada por bosques mistos discontínuos de caducas e coníferas próprios de zonas temperadas; mas devido ao cultivo intensivo, esta vegetação desapareceu há muitos séculos. Desgraçadamente o impacto humano chega a ser considerável, por isso a riqueza natural é rara ou está em perigo de extinção. O governo tem estabelecido mais de 300 reservas naturais, protegendo por volta de 1, 8 % do território. O maior problema é a destruição do habitat causado pela agricultura intensiva, a urbanização e a produção industrial.
A flora tem "progredido" bem, apesar da pressão de mais de 1.000 milhões de pessoas, mas a desflorestamento, o pastoreio e os cultivos intensivos têm feito grandes estragos.
A última grande extensão florestal chinesa está na região sub ártica do nordeste, perto da fronteira russa. Pela sua diversidade de vegetação, a zona em redor de Xishuangbanna, no sul tropical, é a mais rica do país. Esta região também procura habitat para manadas de elefantes selvagens; porém, tanto os seres vivos como a floresta tropical estão sob a pressão da agricultura, da tala e da queimada.
Talvez a planta cultivada mais bela seja o bambu. Há muitas variedades e é cultivado no sudeste, para ser utilizado como material de construção e alimento. Outras plantas úteis incluem ervas, entre elas o ginseng, horquilha dourada, angélica e fritilaria. Uma das árvores mais raras é o abeto branco de Cathay na província de Guangxi.
A variedade de animais selvagens e domésticos é muito ampla. Além de estar representadas a maior parte das aves canoras e de caça, existem 800 variedades nativas do país. Ao norte, no nordeste especialmente, habitam animais selvagens como o tigre, o antílope, o cervo, o goral (antílope cabra), a ovelha azul, o leopardo, o lobo e os mamíferos de peles. No Tibete pode-se ver ovelhas, yaks, pandas gigantes e ursos selvagens. No sul proliferam tigres, gibones, macacos e caimanes. Há que assinalar que o animal mais raro da Ásia Central é o urso formigueiro.
Talvez não exista na China animal mais representativo da beleza e luta pela vida selvagem do que o urso panda. Estes belos animais, atualmente em perigo de extinção devido à combinação da caça, a invasão do habitat e os desastres naturais, sobrevivem graças aos tímidos esforços do governo central. Com escassa densidade, povoam as regiões de Sichuan, Tibete e Xinjiang, que provêem de habitat a outras magníficas espécies, como o leopardo das neves e os yaks selvagens. O extremo noroeste da China está habitado por alguns interessantes mamíferos como renas, alces, cervos almizcleros, ursos e martas. Também há uma considerável ornitofauna como grullas, patos, abutardas, cisnes e garças.
A ilha Hainam também possui variada vegetação tropical e vida animal. Há sete reservas naturais na ilha, embora é justo dizer que ainda algumas espécies em perigo de extinção, terminam no prato da comida.
Entre os animais domésticos encontram-se cães, gatos, patos, gansos, frangos e porcos que abundam em todo o território da China. Os búfalos aquáticos são nativos da zona sul da Península de Shandong. O zebú habita no sul e nordeste da China; no noroeste criam cabras, ovelhas e cavalos. Os camelos e as vacas são importantes também no nordeste.
Há também variedade de peixes de água doce, sendo o mais comum a carpa. Também abundam lagartos, rãs, tartarugas e salamandras. Na costa destacam a lubina, arenque, cavalas, ostras, tubarões e enguias.
A observação de pássaros é algo do que poderá desfrutar o turista, especialmente na primavera, estação na qual há que dirigir-se à Reserva Natural de Zhalong, na província de Heilongjiang; ao Lago Qinghai, na província do mesmo nome; e ao Lago Poyang, ao norte da província de Jiangxi, o lago de água doce maior da China.

Historico de povoamento

A China aparece desde cedo na história das civilizações humanas a organizar-se enquanto nação (ainda que a identidade nacional chinesa seja complexa), demonstrando um pioneirismo notável em áreas como a arte e a ciência, ultrapassando largamente, na altura, o resto do mundo. Em cerca de 1000 AEC, a China consistia num conjunto complexo e intrincado de reinos de pequenas dimensões. Em 221 AEC, todos estes reinos foram anexados ao estado Qin, dando início à Dinastia Qin.
Na história da China, ao longo dos séculos, num movimento pendular, verificamos períodos de união e de desunião No século XVIII, a China experimentou um progresso tecnológico acentuado, em relação aos outros povos da Ásia Central, ainda que tivesse perdido terreno se comparada à Europa. Os acontecimentos do século XIX, em que a China tomou uma postura defensiva em relação ao imperialismo europeu ao mesmo tempo que estendia o seu domínio sobre a Ásia Central, podem ser explicados sob este ponto de vista. Veja Guerras do Ópio, Rebelião Taiping e Levante dos Boxers.
No início do século XX, o papel desempenhado pelo Imperador da China desapareceu em 1912, com a proclamação da república por Sun Yat-sen, e posteriormente com a China a entrar num período de desagregação devido à Guerra Civil Chinesa. Atualmente há duas regiões que reclamam, formalmente, para si o nome de China: a República Popular da China e o Governo pré-revolucionário da República da China, que administra Taiwan e várias pequenas ilhas de Fujian. Ver também: Cronologia da história Chinesa, Dinastias Chinesas, História de Hong Kong, História de Macau, História de Taiwan.

Potençialidade economicas da china

Agricultura
Industria
Pecuária

Agricultura

A China é um país agrícola. Sua agricultura desempenha uma papel crucial na economia nacional.
A China possue 9,6 milhões de quilometros quadrados. Mas a sua área cultivada corresponde a apenas 1,27 milhões, ocupando somente 7% da área cultivada total do mundo. Ela se concentra principalmente na planície e nas regiões bacias da zona Leste. O cultivo agrícola é o setor produtivo mais importante da China. Os principais produtos são grãos, trigo, milho e soja e os produtos econômicos, como algodão, cana-de-açucar, colza e berraba etc.
O desenvolvimento acelerado da Agricultura da China começou depois da reforma rural em 1978. Ao longo dos 20 anos, dentro do quadro de propriedade coletiva, orientada pelo mercado, a reforma na zona rural da China mudou o regime tradicional e explorou a nova forma de economia coletiva no contexto da economia de mercado. A reforma traz aos camponeses benefícios, liberou e desenvolveu a força produtiva rural, incentivou o rápido crescimento da produção dos alimentos e a otimização gradual da estrutura agrícola, fazendo com que a agricultura da China obteve êxitos significativos. Atualmente, a produção de grãos, algodão, semente de colza, tabaco, carne, ovo, produtos aquáticos e vegetais da China ocupa o primeiro lugar do mundo.

Industria

A Economia da República Popular da China é a quarta maior do mundo, com mais de 2,2 trilhões de dólares representando quase 1/2 da economia japonesa(a segunda maior do globo).
Por seu volume a China participa com 13% da economia mundial e 21% da população do planeta. Já é a maior produtora de alimentos e manufaturas do globo, perdendo apenas no valor mundial para os EUA na mineração e no setor de serviços.
A República Popular da China faz parte do tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar o Pacífico numa área de livre comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.

Setor industrial
No setor industrial a China ultrapassou seus maiores concorrentes se tornando a maior potência industrial do mundo contemporâneo, em alguns setores de ponta como computadores, eletrodomésticos e aço a China já é de longe o maior produtor e consumidor mundial.
Na mineração, o país se tornou o maior produtor de carvão com mais de 1,7 bilhão de toneladas aumentando em muito também a produção de petróleo e ferro (1º do mundo). É também o maior consumidor mundial de carvão, que assegura dois terços das necessidades energéticas do país[1].
O término da hidrelétrica de Três Gargantas permitira ao país aumentar bastante o fornecimento de energia hidroelétrica, vital para a contínua expansão da indústria e dos centros urbanos.
Os fatores que mais contribuíram para esse forte desenvolvimento econômico devesse a forte centralização da política nas mãos do partido comunista que aderindo a economia de mercado e controlando as relações de trabalho criara condições para os maciços investimentos estrangeiros no país (em 2004 a China tornou-se o maior absorvidor de recursos externos do planeta), aliado à mão-de-obra abudante e barata além de razoavelmente qualificada, bem como os vastos recursos minerais permitiu um rápido crescimento de todos os setores da economia. Outro fator determinante foi a taxa de poupança do país que esta em torno de 30% do PNB, contribuindo para os maciços investimentos em bens fixos.
Os maiores problemas da economia chinesa são a crescente falta de mão-de-obra qualificada, o aumento da dependência de recursos energéticos externos (principalmente o petróleo) e a instabilidade política criada pelo enfraquecimento do controle central do partido comunista.
Crescendo 9,5% ao ano nos últimos tempos, a China vem se afirmando no futuro próximo como a maior economia do globo, prevendo superar o EUA entre 2020 e 2040.

Pecuária

Paralelamento ao desenvolvimento da economia nacional, a economia das regiões habitadas por minorias étnicas também se desenvolve.
A pecuária é um dos principais setores das regiões de minorias étnicas da China. Desde a década 80 do século XX, a China aplica o sistema de responsabilidade contratual de produção nas principais pastagens nas províncias de Qinghai, Sichuan e nas Regiões Autônomas do Xinjiang, Ningxia e Mongólia Interior, o que vem promovendo a pecuária do país.
Desde a década 80 do século XX, a economia municipal das zonas de minorias étnicas também conhece o desenvolvimento acelerado. Segundo dados, atualmente, o número de empresas industriais das regiões autônomas das minorias étnicas tem alcançado um milhão.
A economia não-estatal se destaca no desenvolvimento da economia municipal das regiões habitadas por minorias étnicas, como por exemplo, no final do século passado, a economia não-estatal representou mais de 40% no PIB chinês.
Na ampliação da abertura ao exterior, algumas cidades das regiões habitadas por minoria étnicas buscam intensificar o intercâmbio e cooperação econômica e tecnológica internaiconal e aprofundam ainda mais a abertura ao exterior.

Desenvolvimento social

Nivel de Mortalidade Infantil
Alfabetismo

Nivel de mortalidade infantil

Mortalidade
Taxa de mortalidade infantil: total: 22,12 mortes/1.000 nascimentos homens: 20,01 mortes/1.000 nascimentos mulheres: 24,47 mortes/1.000 nascimentos (2007 est.)



Ano Taxa de mortalidade infantil Posição Mudança percentual Data da 2003 25,26 105 ------ 2003est
2004 24,18 101 -4,28% 2004est
2005 24,18 101 0,00% 2005est
2006 23,12 102 -4,38% 2006est
2007 22,12 102 -4,33% 2007est

Analfabetismo

O número de analfabetos na China aumenta anualmente em cerca de meio milhão, estimando-se que existam actualmente cerca de 85 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever naquele país, refere recentemente o jornal Zhongguo Qingnian Bao. Com o aumento da população flutuante, um novo tipo de analfabetismo surgiu. Os filhos dos camponenses que emigram para as cidades são muitas vezes excluídos do sistema escolar porque as escolas são demasiado dispendiosas para esta nova mão-de-obra barata e explorada. Isto, porque pelo facto não terem estatuto de residentes permanentes os emigrantes são obrigados a pagar uma taxa educativa suplementar. O ensino primário não está generalizado em cerca de duzentos distritos e metade dos analfabetos chineses está concentrada em nove províncias e regiões autónomas do interior oeste do país - Tibete, Qinghai, Guizhou, Gansu, Yunnan, Ningxia, Xinjiang, Mongólia interior e Shaanxi -, onde vive apenas 15% da população. Dos 85 milhões de analfabetos, 55 milhões, quase um terço, são mulheres. O analfabetismo na China caíu nos últimos 50 anos de 80% para 8,72% da população adulta. Apesar disso, o problema parece estar a ressurgir em força. "Em certas zonas do interior cada vez mais raparigas abandonam os estudos precocemente e a situação está a atingir proporções graves", refere ainda aquele jornal.

Importançia da China no comércio mundial

Alto crescimento do comércio regional asiático centrado nos investimentos japoneses e dos Tigres Asiáticos (sobretudo Hong-Kong e Singapura) nos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) especialmente na Tailândia, Malásia, Filipinas e Indonésia e na China, depois de gerar extraordinário dinamismo e viabilizar um crescimento sincronizado e em etapas entre países com estágio de desenvolvimento diferentes como o descrito no modelo dos "gansos voadores" (Medeiros, 97), entrou em crise em 1995. A desvalorização do yen em relação ao dólar a partir de 1995 (cerca de 30% entre 1996-98) e a contração abrupta dos IDE japoneses vinculados às exportações asiáticas para terceiros mercados (principalmente os EUA) teve forte impacto na dinâmica regional. Como estes países possuíam regimes cambiais vinculados ao dólar, a valorização desta moeda em relação ao yen levou a uma valorização real das principais moedas asiáticas com a exceção do yuan/reminbi (yuan) chinês que passara em 1994 por significativa desvalorização.1 Com o câmbio desvalorizado em relação aos seus competidores e com o sucesso das redes de comércio estabelecidas nas ZEE, a China deslocou produtores da ASEAN do mercado americano. Em conseqüência, a participação dos EUA nas exportações chinesas cresceu extraordinariamente nos anos 90 afirmando-se como uma mudança fundamental na direção do comércio internacional.
O declínio das importações japonesas e dos fluxos de IDE voltados para os países da ASEAN ao lado da abertura e desregulação financeiras posta em prática em muitos países no início dos anos 90, mudou a estrutura do financiamento externo asiático com forte expansão dos capitais de curto prazo. O boom de endividamento de curto prazo em dólares destinados a empréstimos em moedas domésticas em setores voltados ao mercado interno (principalmente imobiliário), tal como o que se deu nos ASEAN-4 e Coréia levou a uma crise de liquidez que no final de 1997 sacudiu intensamente países como a Tailândia, a Malásia, a Coréia, as Filipinas e a Indonésia2. Os fluxos de IDE, tal como os de comércio, também sofreram um significativo deslocamento dos países asiáticos em direção à China.3
Após abrupta recessão e colapso cambial (desvalorizações de cerca de 50% em relação ao dólar) ocorrida em 1997, as economias da ASEAN ao lado da Coréia, com exceção da Indonésia, retomaram suas trajetórias expansivas a partir de uma política fiscal expansiva e forte recuperação das suas exportações. O fator imediato responsável pelo crescimento das exportações foi o boom da "nova economia" nos EUA e seu impacto na Tecnologia de Informação (TI); com o estouro da bolha ocorrida em 2000/2001, as exportações asiáticas se expandiram em função do alto crescimento da China. Mantendo inalterada sua taxa nominal de câmbio com o dólar, a China reagiu à contração de suas exportações com uma política anticíclica centrada nos investimentos públicos.
Assim, se a China como produtor mundial de produtos da TI e bens de consumo industriais para os mercados ocidentais — o primeiro pólo- deslocou produtores asiáticos, a China enquanto grande mercado interno em expansão — o segundo pólo tornou-se o principal magneto para o desenvolvimento asiático. Graças à manutenção de um extraordinário crescimento econômico e da estabilidade do yuan — características discutidas nas seções seguintes — a China, que se afirmou como um exportador líquido para os EUA e o Japão, transformou-se, simultaneamente, num importador líquido para a Ásia.4 Esta mudança no comércio regional começou por alterar a dinâmica do crescimento asiático centrada nos EUA como mercado final e fez da China uma máquina do crescimento regional e de sua estabilização.
Ao lado desta introdução, este artigo divide-se em quatro seções. Discute-se na primeira seção a autonomia da política econômica chinesa, em seguida, a dinâmica macroeconômica do crescimento chinês; depois de considerar na terceira seção o impacto destas transformações na Ásia, algumas considerações finais são apresentadas.

Projeções para o futuro da China

Todo mundo já deve ter escutado (se não já falou) que a próxima grande potência mundial será a China. Será, não: já é. Afinal, um país que passou da marca de um bilhão de habitantes exerce uma pressão danada em cima dos demais por recursos, sejam eles quais forem. E pode produzir muito mais, pois mão-de-obra a preço de banana é o que não falta. Ouvi uma vez alguém comentando que se você é um empresário qualquer e vende um produto a 1 dólar, se esse produto for necessário aos chineses, e você colocá-lo nas mãos de cada um de lá, você arrecada 1 bilhão de dólares. É... nada mal pensar assim, né? Os novos bilionários da China. (Tudo bem esquecer do dinheiro gasto pra produzir esses 1 bilhão de produtos, mas até lá, morreu Neves...) Acho que esse é o sofisma básico atrás de todo mundo que quer "fazer negócio" com os chineses. Por outro lado, a China sempre foi um império, desde os idos de milênios atrás, quando seu território ainda expandia-se desde o norte da Rússia até a península coreana. E toda essa tradição que continua firme e forte, mantendo a máquina da modernidade que vem trabalhando sem parar por lá. A cultura chinesa é riquíssima, cheia de nuances e novidades aos olhos ocidentais. É um lugar a ser desvendado ainda. Na mentalidade anti-americana vigente, é realmente muito bom que apareça uma super-potência imperialista para rivalizar com os EUA: um concorrente - e lá vamos nós de volta à era da Guerra Fria. Mas, não sei, acho esse pensamento muito ingênuo. A China não rivalizaria com os EUA; ela teria 2 opções na atual conjuntura: 1) juntar-se aos EUA e fazer um mega-império (coisa pra Hollywood divagar sobre) ou 2) sobrepôr-se aos EUA, e se tornar hegemônica. A existência de ambos como super-potências, a história nos mostra, é improvável. Entretanto, por mais crítica à política, ao modo de vida, às surrealidades e idiotices bushianas que eu seja, eu tenho medo da China. Medo não, receio. Porque, para os chineses, existe uma certa flexibilidade geral, o mundo tende a aceitar melhor as besteiras que eles já fazem - "ora, eles têm que alimentar um bilhão! Ora, eles não são arrogantes como os americanos! Ora, eles trabalham duro! Ora, eles têm uma tradição milenar!" E em nome dessa tradição, me mostre: o que aconteceu? Primeiro, eles praticamente extinguiram várias espécies de animais, entre eles o panda e outros ursos: porque "fígado de urso faz muito bem pra saúde! Come-se na China há tanto tempo!" Outro exemplo? A malfadada barbatana de tubarão. Os chineses usam, abusam e destróem o ecossistema marinho nas ilhas do Pacífico e adjacências (amparados por governos locais corruptos) para pescar os tubarões, porque "sopa de barbatana é afrodisíaco há mais de mil anos!". E não é de se estranhar que o maior porto de chegada e comércio clandestino de animais raros e exóticos para consumo humano esteja na China - e que esse lugar seja o pesadelo de qualquer ONG ou instituição séria de defesa do ambiente. Em segundo lugar, uma economia que se baseia na opressão à liberdade de imprensa me dá receio. Essa é a característica, aliás, que mais me incomoda. Daremos lugar a uma super-potência, mandando e desmandando nos caminhos do mundo (é isso que os EUA fazem hoje...) que controla a informação que flui no próprio país? E se um belo dia eles decidirem controlar a informação de outros lugares? Além do mais, como estão sendo formados os cérebros chineses? A sensação que dá é que esses estão espalhados pelo mundo, isentando-se da máquina opressora estatal. Terceiro, a exploração dos recursos naturais acelerada, tudo em nome do progresso. Afinal, mais uma vez, a mesma história: precisamos dar boas condições de vida a todos os nossos 1 bilhão de chineses. Recentemente, vi uma reportagem da construção da maior usina hidroelétrica do mundo, que será na China. O lago da usina inundará uma área de preservação, inúmeras cidades ribeirinhas, e gerará um impacto ambiental inimaginável - mas eles precisam de energia, não é mesmo? Desculpe-me, mas essa mentalidade "malufista" é bem atrasada, alguns países da Europa já mostram formas alternativas de desenvolvimento sustentável muito mais limpas, sem prejuízo humano nem ambiental. Assusta-me a falta de preocupação ambiental chinesa, a inflexibilidade da tradição milenar deles, o desrespeito latente quando o assunto é se dar bem: eles estão reinventando o "jeitinho brasileiro", multiplicado por seus 1 bilhão de habitantes. A China é hoje para o mundo o que o Paraguai foi há um tempo atrás para o Brasil: fonte de produtos piratas mais baratos, área livre para compra de contrabando. Não sei, tenho todas essas questões em mente quando penso na China. Entretanto, nunca estive lá, e todas essas informações são advindas da minha curiosidade em ler, procurar saber, fuçar sobre o assunto e polemizar um pouco. Mas a partir de amanhã, a história é outra. Dia 09/fev é o dia do Ano Novo Chinês, feriadão importantíssimo na Coréia e China. Enquanto os brasileiros se divertem atrás do trio elétrico, eu estarei embarcando nessa viagem milenar introspectiva de volta à "terra-mãe", de onde supostamente quase tudo saiu, desde o macarrão até o futebol. Uma semana na China: não vai me responder todas as questões que já tenho em mente, mas vai me mostrar um pouquinho da realidade deles. E, com certeza, vai me ajudar a formular melhor minhas opiniões sobre esse gigante